sábado, 9 de fevereiro de 2019

Lançado projeto-piloto para formar em libras professores e servidores públicos de todo o país

    • Quinta-feira, 07 de fevereiro de 2019, 19h45
    Durante lançamento do projeto Libras nas Cidades, realizado na prefeitura de Sumaré (SP), o secretário Bernardo Goytacazes disse que a meta é atingir mil pessoas ao longo do ano (Foto: Divulgação/Prefeitura de Sumaré) O Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Modalidades Especializadas da Educação (Semesp), lançou na última terça-feira, 5, em Sumaré (SP), o projeto-piloto de Libras nas Cidades. O objetivo é ampliar a formação dos tradutores de libras e a qualificação dos servidores públicos municipais, para que possam atender a população de deficientes auditivos da cidade.
    “Seja dentro das escolas, com projeto de inclusão, ou socialização, para que a população surda possa ser atendida em todos os âmbitos do serviço público”, completou o secretário Bernardo Goytacazes de Araújo, titular da Semesp. “Uma das maiores dificuldades era formar esse funcionalismo público. O MEC veio hoje aqui, em parceria com o Instituto Nacional do Ensino dos Surdos (Ines), fazer com que Sumaré seja a primeira cidade a oferecer essa qualificação.”  
    Ainda de acordo com ele, o projeto-piloto será expandido para o todo Brasil nos próximos meses. "De Sumaré, vamos lançar para o Brasil inteiro. Aqui vamos verificar as maiores dificuldades, os maiores desafios, o que dá certo e o que dá errado, para quando lançarmos para o Brasil", completou.
    A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que já expressou o desejo de participar de projetos e ações sociais do governo, disse que é muito importante essa iniciativa do MEC, em parceria com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). “É muito importante porque vai ampliar o acesso da comunidade surda à educação e também a vários serviços fundamentais”, afirmou.
    “Eu torço para que mais municípios adotem esse projeto, e que tanto professores como servidores abracem essa causa e aproveitem essa oportunidade maravilhosa de aprender libras e atender melhor os nossos surdos”, completou Michelle Bolsonaro. 
    Prazo – Segundo Bernardo de Araújo, o governo espera implantar o projeto em todo o país nos primeiros cem dias de governo. “Isso já está contemplado na nossa meta dos cem dias, que é a ampliação do ensino de libras no Brasil. Praticamente a Semesp já está com todos os projetos contemplados para os cem dias em fase de implantação. É o MEC presente com a ideia de menos Brasília, mais Brasil. Todos os projetos feitos pela secretaria foram pensados exatamente dentro dessa tônica”, acrescentou.
    O lançamento do projeto-piloto Libras nas Cidades aconteceu na Prefeitura de Sumaré. A meta é atingir um grande número de pessoas no primeiro ano de implantação. “O projeto vai ser tocado pela prefeitura. O objetivo é atingir mil pessoas ao longo do ano. Entre servidores, alunos, funcionários e pessoas da comunidade que queiram participar”, explicou o secretário.
    Autismo – O MEC, em parceria com associações dos autistas, de instituições como Apae e Pestalozzi, vai lançar também, no segundo semestre, o primeiro Fórum Nacional sobre autismo, de altas habilidades, que até então não havia sido trabalhado.
    “Estivemos visitando a Pestalozzi, e vamos lançar, no início do segundo semestre, o primeiro fórum nacional do espectro do autismo e altas habilidades, que era um tema muito fechado”, antecipou Bernardo de Araújo. “Vamos trazer o debate à tona; a quantidade de autistas no Brasil vem crescendo cada vez mais. É um tema que precisa ser enfrentado”, finalizou Bernardo de Araújo.
    Assessoria de Comunicação Social

    quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

    http://www.revistaeducacao.com.br/noticias/

    Escola Sem Partido: nova proposta é apresentada

    Com tópicos semelhantes ao PL que tramitou até dezembro de 2018, Bia Kicis (PSL/DF) alega proteger direitos de estudantes e dos pais

    POR:
    NOVA ESCOLA
    Manifestantes contra o Escola Sem Partido durante discussões em Brasília em novembro de 2018
    Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
    A deputada Bia Kicis (PSL/DF) apresentou um novo projeto Escola Sem Partido, o PL 246/19.
    Este novo projeto prevê, entre outros tópicos parecidos com os do antigo, que o poder público “não se imiscuirá no processo de amadurecimento sexual dos alunos nem permitirá qualquer forma de dogmatismo ou proselitismo na abordagem das questões de gênero”.
    Também de acordo com o novo projeto o professor “não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas”.
    O projeto também prevê que o professor “ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito da matéria”.
    Além disso, o projeto da deputada Bia Kicis também assegura aos estudantes “o direito de gravar as aulas, a fim de permitir a melhor absorção do conteúdo ministrado e de viabilizar o pleno exercício do direito dos pais ou responsáveis de ter ciência do processo pedagógico e avaliar a qualidade dos serviços prestados pela escola”.
    As propostas do projeto também deverão ser aplicadas aos materiais didáticos.
    A deputada alega que seu projeto visa assegurar direitos e liberdades fundamentais dos estudantes e de seus pais ou responsáveis.
    Na justificação de seu projeto, Bia Kicis afirma que “é fato notório que professores e autores de livros didáticos vêm-se utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes a determinadas correntes políticas e ideológicas, bem como para fazer com que eles adotem padrões de julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis”.
    O projeto Escola Sem Partido, PL 7.180/14, tramitou no ano passado na Comissão Especial na Câmara dos Deputados e foi arquivado em dezembro. No entanto, qualquer um dos autores reeleitos poderá solicitar seu desarquivamento.

    https://novaescola.org.br/conteudo/15480/escola-sem-partido-nova-proposta-e-apresentada

    sábado, 1 de julho de 2017

    http://veja.abril.com.br/educacao/a-escola-esta-ultrapassada/


    “A escola está ultrapassada”

    Autor de best-seller americano explica por que desenvolver habilidades emocionais desde cedo é tão essencial para o sucesso na vida adulta

    Nas rodas de educação, muito se fala sobre habilidades socioemocionais, que fogem da cartilha do conteúdo propriamente dito, como colaboração, curiosidade e capacidade de resistir às adversidades. Às vezes, o debate é ainda etéreo; noutras, começa a ter feições mais claras, indicando caminhos de como desenvolvê-las. Em sua extensa pesquisa, o jornalista americano Paul Tough, 50 anos, autor do livro Como as Crianças Aprendem (Ed. Intrínseca), vai por esta linha mais objetiva e sem academiquês. Ele foi a escolas e entrevistou economistas, psicólogos e neurocientistas para entender a relevância de tais habilidades no competitivo século XXI. Em visita ao Rio de Janeiro, Tough falará sobre o tema neste sábado (1) em um encontro organizado pelo grupo educacional Eleva. A seguir, os principais trechos da entrevista que concedeu ao site de VEJA.
    Seus livros enfatizam a importância das chamadas habilidades socioemocionais no desenvolvimento infantil. Elas podem ser ensinadas?
    Sim, em casa e na escola. Um ensino de qualidade, voltado para este século, não deve mais se restringir àquele conjunto limitado de capacidades medidas em testes padronizados. O conhecimento continua, claro, a ser fundamental, mas os especialistas já têm clareza de que há este outro lado do aprendizado que é também determinante para o sucesso na vida. São habilidades que podem soar abstratas: garra, otimismo, curiosidade, trabalho em equipe, resiliência – é possível lapidar todas elas.
    O senhor afirma que o melhor momento para as crianças aprenderem tais habilidades é na primeira infância, antes mesmo do primeiro dia de aula. Como os pais podem ajudá-las?
    Primeiro, não fazendo com que os filhos se sintam sob pressão. Estudos recentes na área da neurociência mostram que, quando as crianças estão num ambiente altamente estressante, elas têm mais dificuldade de desenvolver essas características que mencionei. A boa notícia é que a melhor defesa contra o estresse infantil está justamente nos pais. A explicação é fisiológica. Se mantêm relação forte e calorosa com os filhos, essas crianças registrarão menores níveis do hormônio do estresse no organismo e estarão em condições melhores para aprender.
    O que o senhor observa em comum entre as crianças com mais dificuldade de desenvolver habilidades socioemocionais?
    Muitas crescem em um ambiente de adversidades, na extrema pobreza ou submetidas a abuso e negligência. São justamente essas que precisam de mais ajuda. Infelizmente, são também as que costumam receber educação de mais baixa qualidade. Elas precisam ser mais desafiadas. Quando isso ocorre, respondem de forma tão positiva quanto aquelas que vivem em situação mais favorável.
    Quais habilidades o senhor considera mais importantes nos dias de hoje?
    Sem dúvida, coloco no topo da lista a perseverança e a capacidade de lidar com os obstáculos. Elas são essenciais para a resolução de problemas, para um bom trabalho em equipe e para administrar a frustração diante do fracasso. Cabe aos adultos dar as ferramentas que as crianças precisam para aprender com os erros e se superarem.
    Como desenvolver essas habilidades?
    Gosto de alguns métodos adotados atualmente. Um deles é trocar a lição tradicional por projetos mais extensos. Em vez de o aluno decorar fórmulas e preencher fichas, ele é forçado a trabalhar em grupo, debruçado sobre vários assuntos e no longo prazo. Esse tipo de tarefa não estimula apenas a perseverança: incentiva também o que a ciência chama de inteligência elástica, capacidade que o aluno tem de se tornar cada vez mais inteligente.
    O que mais a escola pode fazer?
    Há um senso comum de que devemos dar tarefas fáceis para crianças que enfrentam dificuldades porque assim elas terão uma sensação de realização. Mas isso, na realidade, provoca o efeito contrário. Quando não as instigamos a concluir tarefas complexas, a mensagem é de que o professor não acredita em sua capacidade. Por outro lado, com trabalhos desafiadores e apoio adequado, elas não só aprendem matemática ou ciências como consolidam a autoestima, porque entendem que podem ser bem-sucedidas, que podem se superar. Cito em um de meus livros o trabalho de uma professora de um colégio no Brooklyn, em Nova York, que fazia críticas minuciosas e muito duras a alunos que praticavam xadrez. Assim os ajudou a analisar e a entender seus erros sem que se sentissem derrotados e a desenvolver autocontrole e motivação.
    Que países estão fazendo a lição certa?
    Ainda não encontrei um país que tenha um bom sistema para ensinar essas habilidades tão requeridas no século XXI. Vejo em muitos deles grupos de educadores atentos a essa questão, em um esforço para encontrar uma maneira de reformar as velhas escolas. Todo mundo se queixa da dificuldade para mudar o ensino. Há barreiras institucionais que precisam ser rompidas para que essa ideia seja disseminada.
    Como medir o desenvolvimento de algo tão abstrato como garra ou curiosidade?
    Essa medição ainda é um desafio e muitos pesquisadores sérios estão concentrados nisso. Qualquer pai ou professor é capaz de perceber quando um aluno está determinado. Se ele se esforça, está motivado e se envolve nas atividades propostas, é sinal de que a escola está no caminho certo.
    Existe um relação entre habilidades emocionais e cognitivas?
    Existe. O aluno que vai bem no lado socioemocional tende a se sair melhor nas provas.
    A escola é uma instituição ultrapassada?
    De modo geral, sim. Deveríamos preparar nossos jovens para carreiras que exigem um nível muito maior de criatividade, colaboração e flexibilidade do que as de trinta anos atrás. No passado, havia muitas profissões em que bastava o funcionário bater ponto, obedecer ordens e executar tarefas repetitivas. Hoje não funciona mais assim, mas as escolas não acompanharam as mudanças do mercado de trabalho.
    Que escolas vêm fazendo um bom trabalho?
    Gosto do trabalho da Expeditionary Learning Schools, uma rede de 150 escolas nos Estados Unidos. Um dos métodos que aplicam é chamado crew: consiste em formar grupos de dez a vinte alunos que são reunidos no primeiro dia de aula e que fazem encontros todas as manhãs — isso até o fim da carreira escolar. Esses estudantes desenvolvem senso de pertencimento e capacidade impressionante de produzir em equipe. Acho que esse modelo poderia ser replicado.
    Como reconhecer uma boa escola?
    São aquelas que, por meio de diferentes métodos, não importa, conseguem estimular os alunos a deixar a superfície e a fazer perguntas mais densas. O ensino baseado em projetos e na investigação são mais eficientes do que aquele que incentiva a memorizar fórmulas, como ainda é tão comum. Por serem curiosas, crianças são genuínos cientistas, mas a escola tira isso delas.
    EDUCAÇÃO BÁSICA

    Canal Futura irá transmitir audiências públicas sobre a Base Nacional Comum Curricular

      • Quarta-feira, 28 de junho de 2017, 11h58
      • Última atualização em Quinta-feira, 29 de junho de 2017, 18h03
      As audiências públicas sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que o Conselho Nacional de Educação (CNE) irá promover nas cinco regiões do país a partir de julho serão transmitidas ao vivo pela internet pelo Canal Futura. A iniciativa é fruto de uma parceria do Ministério da Educação com a emissora para garantir o acesso da sociedade aos debates em torno do documento. Porém, a geração de sinal está aberta para outros parceiros que queiram transmitir.
      “Essa parceria é fundamental para ampliar a participação das escolas e professores no debate sobre o documento, principalmente para que os participantes possam conhecer e oferecer ideias e sugestões para a implementação da Base Nacional Comum Curricular”, disse a secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro. As audiências visam colher contribuições para a elaboração do parecer e de um projeto de resolução que, uma vez homologados pelo MEC, se transformarão em norma nacional.
      Serão cinco audiências ao todo, uma em cada região do país. A primeira ocorrerá na região Norte, dia 7 de julho, em Manaus. Para o dia 28 de julho está agendada a audiência pública da região Nordeste, que será realizada no Recife. Em agosto, haverá audiências dia 11, na região Sul (Florianópolis), e dia 25, na região Sudeste (São Paulo). No dia 11 de setembro ocorrerá a última audiência, no Centro-Oeste (Brasília).
      Os eventos contarão com a participação de órgãos, entidades e especialistas ligados à educação, além de convidados do CNE. Todas as audiências serão abertas ao público e, os que desejarem participar presencialmente, devem se inscrever na página eletrônica criada pelo CNE para orientar os interessados, observando o calendário de cada região. As inscrições para a audiência pública de Manaus estão abertas até esta quinta-feira, 29.
      Outras informações sobre as audiências regionais também podem ser consultadas na página do Movimento pela Base Nacional Comum na internet.
      Base – Construída a muitas mãos e consolidada este ano pelo Ministério da Educação, a Base Nacional Comum Curricular define os conhecimentos e habilidades essenciais que todo estudante brasileiro tem o direito de aprender. O documento vai nortear a elaboração dos currículos das escolas públicas e privadas de educação infantil e fundamental e de todo o país. Ele vem sendo discutido desde 2015 em articulação com estados, Distrito Federal e municípios, e foi entregue pelo MEC ao Conselho Nacional de Educação (CNE), que está em fase de apreciação do texto.
      Assessoria de Comunicação Social

      segunda-feira, 8 de agosto de 2016

      Por que é importante votar contra o Escola Sem Partido?

      André Gravatá
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      O Senado Federal abriu uma consulta pública sobre o Programa Escola Sem Partido, que alega combater a “doutrinação ideológica'' nas escolas.
      Por que é importante votar CONTRA?
      Porque esse projeto abre brechas para perigosos desdobramentos – afinal, quem vai diferenciar o que é doutrinação ideológica do que é estímulo à autonomia, capacidade crítica, livre manifestação assegurada pela Constituição?
      Porque há hoje uma escassez de entendimento sobre a profundidade dos dilemas que vivemos na educação brasileira. Veja só: o projeto de lei do Escola Sem Partido diz que o professor não deveria se aproveitar da “audiência cativa'' dos alunos para promover seus próprios interesses. Onde está o dilema maior aqui? O professor se aproveitando de uma “audiência cativa'' de alunos ou a própria existência de um formato escolar que cultiva essencialmente a transmissão de conteúdos, sustentada por uma hierarquia onde quem é autoridade impõe sua voz?
      Porque quanto mais tempo dedicado em mudanças na área da educação apoiadas em estratégias de controle, mais serão postergadas mudanças realmente fundamentais. A doutrinação ideológica mais viva na escola não acontece pela boca do professor, mas sim pelo formato do sistema escolar, enraizado na competição, no esmigalhamento das singularidades – transformadas em número, em nota –, na fragmentação dos conteúdos e temas, apresentando aos alunos um mundo sem encanto nem inter-relação.
      Por favor, não deixemos de votar na consulta pública contra o Programa Escola Sem Partido, neste link aqui (leva só um minutinho e é uma maneira de tornar pública a insatisfação com essa proposta).